O World Business Council for Sustainable Development (WBCSD)/Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável define que mobilidade é a força propulsora da atividade econômica, facilitando o acesso ao trabalho, à educação, à saúde e à oferta de bens e serviços. Nesse contexto, é fundamental prever nos planos urbanos o aumento populacional, a ascensão social da população e o crescimento econômico da cidade. Os planos devem considerar a minimização do congestionamento de trânsito.
A World Health Organization (WHO)/Organização Mundial de Saúde divulga que 80% das cidades no mundo têm a qualidade do ar pior do que o padrão razoável, consequentemente geram emissão de CO2 em nível prejudicial à saúde. Segundo a WBCSD, os planos precisam considerar as tecnologias e os sistemas de mobilidade sustentáveis que promovam o equilíbrio de boas soluções para a economia, o meio ambiente e a sociedade. O desafio é sistêmico e requer aprendizados além das fronteiras. Vale lembrar que as cidades brasileiras não são classificadas nas pesquisas das melhores cidades para se viver no mundo.
O ecosssistema urbano precisa ser repensado para tal. É necessário projetar a construção de pontes, viadutos e túneis, calçadas acessíveis e ampliar vias de automotores, barcos, bicicletas e metrô. Faz-se crucial, inclusive, implantar ônibus elétricos ou híbridos, bondes elétricos (VLTs) e monotrilhos; incentivar a aquisição de automóveis pequenos, econômicos, desejavelmente híbridos e elétricos; coibir a circulação de carroças pelas ruas e a aprovação de projetos de estacionamentos em que os veículos saem de ré para as ruas. As vias de automotores precisam de manutenção permanente, e o sistema de semáforos tem de ser inteligente.
O cidadão precisa ser educado para colaborar com ideias e a sustentabilidade das soluções. É importante considerar nos estudos que a viabilidade econômica de vias exclusivas para bicicletas e ônibus requer níveis de densidade elevada desses veículos. Para demarcar faixas nas vias existentes, o investimento é baixo, mas pode impactar muito negativamente o cidadão e a economia.
Portanto, são muitos os fatores que influenciam a mobilidade sustentável de uma cidade. Não é razoável que o automóvel seja o vilão. Os usuários de carros devem participar da elaboração de soluções. É irracional impor a esses cidadãos a substituição do carro próprio pelo transporte público, desconfortável e inseguro, a utilização de ciclovias interrompidas ou que eles se desloquem por calçadas danificadas, num ambiente perigoso. As crianças, por exemplo, precisam frequentar a escola, e o meio de transporte viável para transportá-las é o automóvel.