Na década de 1970, muitas escolas do Brasil tinham no seu currículo a disciplina de Educação Moral e Cívica. Conceitua-se moral, como um conjunto de valores que orientam o modo de agir das pessoas numa sociedade. São estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual. Os princípios morais, como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, determinam o senso moral de cada indivíduo. São valores universais que regem o comportamento humano e as relações saudáveis e harmoniosas. Devem ser cultivados pelas famílias e escolas. É fundamento para a boa formação cívica, essencial para o fortalecimento da democracia de um país.
A disciplina foi excluída do currículo e criou-se um vazio na preparação dos estudantes para compreender o funcionamento das instituições e dos poderes, o espírito da constituição e os princípios democráticos e eleitorais. Consequentemente, participar de debates políticos,adquirir consciência cívica para liderar ações de interesses comunitários e desenvolver as habilidades necessárias à participação na vida cívica e política – capacidade argumentativa, pensamento crítico, respeito à opiniões divergentes e formação de consensos–não foram mais fomentados.
O programa de educação moral e cívica deve encorajar, em sala de aula, a discussão de temas controversos e atualidades; exploração da complexidade dos problemas sociais que afligem uma comunidade; aprendizado para lidar com o contraditório e discernimento entre fontes confiáveis de informação. Acrescente-se ainda compreensão dos significados de responsabilidade social, equidade, justiça e bem-comum. Complementa o aprendizado, a participação em programas de serviço comunitário e engajamento em atividades políticas como votar, comparecimento a audiências públicas, contatos com representantes eleitos, candidatos, partidos políticos e a mídia, entre outros.
Sendo a escola a primeira e mais importante oportunidade de socializar e compartilhar experiências com outras crianças e jovens, a gestão escolar tem papel essencial para que essa formação ocorra em todos os anos letivos, inclusive,envolvendo as famílias. A escola pode utilizar uma metodologia baseada em projetos com informações do mundo real,estimulando os estudantes a fazer perguntas que usem o pensamento crítico.
Em ano de eleição majoritária, como ocorrerá no Brasil, urge para o bem coletivo do povo brasileiro, que as instituições educacionais e sociais promovam a formação moral e cívica dos jovens em idade escolar.