Brasil vive uma grave crise e confiança, que fica patente pelos indicador e do World Economic Forum. O relatório de competividade global 2018 (base 2017) destaca que o país tem o pior indicador de confiança nos políticos, entre 137 países pesquisados. No relatório de 2019(base 2018), 141 países foram pesquisados, mas esse indicador não foi divulgado. Entretanto, há outros que têm correlação com a desconfiança dos brasileiros nas instituições, gerando ineficiência, incerteza e até pânico. O poder judiciário foi avaliado pelos indicadores: independência do poder e eficiência do sistema, classificando-se respectivamente nas posições 79o e 115o. A governança do setor público foi avaliada pela burocracia,entre outros indicadores, sendo considerado o país mais burocrático. Esses trágicos indicadores têm como grave consequência, entre outras, a institucionalização do crime organizado, que ficou na posição 132o.
O filósofo Tom Morris define que confiança é o lubrificante para as relações humanas. Stephen Covey, autor do livro O Poder da Confiança, define um modelo para avaliar o processo de confiança, baseado em “Contas de Confiança”. Elas são semelhantes às “Contas Bancárias”, com depósitos e saques referentes às relações entre as pessoas e instituições. Ao avaliar a confiança da governança do país, o povo analisa as práticas de comunicação, competência, ética e imparcialidade dos atores desse sistema, traduzidas em políticas, leis, ações, resultados para o bem-estar da sociedade.
Erros acontecem e são superados. Entretanto, o ciclo destrutivo de uma nação ocorre quando a confiança se deteriora amplamente e o pânico se instala. No estado pré-pânico, surgem as patologias, criando uma reação de atitudes e comportamentos negativos em cadeia: as críticas, a culpa e o isolamento aumentam. De modo concomitante, o respeito, a colaboração e as iniciativas diminuem, conclui a professora Rosabeth Kanter, da Universidade Harvard.
O sistema doente pode ser recuperado. Os representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário precisam fazer um pacto de confiança e formar uma liderança transformadora. Devem atuar colaborativamente para recuperar a credibilidade, compreendendo os problemas multidimensionalmente, comunicando-se com o povo de forma coerente e sincera, com um plano de curto e longo prazo e com prioridades claras para resolvê-los. É essencial que, regularmente, apresentem indicadores de desempenho. Toda a equipe necessita estar comprometida com o plano, que deve ter iniciativas inovadoras e eficazes diante da gravidade dos problemas do país. Só assim, o povo pode crer que o país avança positivamente.