Escutamos habitualmente brasileiros(as) afirmarem que educação é prioridade. Entretanto, quando abordam os problemas do país, por exemplo, crises econômicas, a causa se limita à governança do país, os poderes executivo, legislativo e judiciário. A visão é imediatista, de curto prazo. Não se aprofunda a análise, para se entender que a causa raiz está na precariedade da educação do país. Mas, o que se compreende sobre educação? Quais as referências e indicadores são conhecidos? O que se pensa quando uma pessoa é chamada de mal-educada?
Educação é um conceito amplo que merece ser detalhado para poder ser avaliado. O sistema é composto de educação cidadã, básica, superior, extra-curricular, técnica e para formação de pesquisadores científicos. A educação básica e superior há indicadores nacionais e internacionais que a avaliam. Basta haver interesse dos pais em verificar os resultados do IDEB, da OECD/PISA, do World Economic Forum, da Times Higher Education. A formação técnica pode ser desenvolvida em escolas públicas e particulares. A extra-curricular é prioridade quando os pais desejam que o filho seja fluente em idiomas, música, esportes,tecnologias, religião. Nesses casos, os pais precisam ter consciência que a escola tradicional não tem ecossistema para esse propósito, com raras exceções.
A educação que responde a afirmação que um indivíduo é mal-educado é a cidadã. Significa ser ético; ser respeitador do meio ambiente e da diversidade; ser cumpridor das leis; saber se comportar adequadamente em qualquer ambiente; saber cuidar da própria saúde; ter responsabilidade com as suas finanças e os seus compromissos. Esses valores são desenvolvidos e consolidados no ambiente familiar e na convivência com os amigos.
As crianças e os jovens ficam um tempo muito curto na escola para que os seus gestores e professores sejam responsabilizados por essa educação. Isso é papel fundamental da família. Ela precisa ser educada. Os pais educam ou mal-educam a criança desde que ela nasce. Essa educação é a prática diária dos pais. A criança observa, imita, cria hábitos. O modo como os pais se relacionam( entre si, com amigos e em contatos na padaria, mercado etc.), a organização do lar, valores de consumo, controle das finanças, hábitos alimentares, obediência as regras de trânsito, postura na mesa em refeições, vocabulário usado, valorização da escola do filho e da educação, fanatismos(futebol, religião,política), honestidade, vícios. Resume-se com o ditado popular, ‘costume de casa vai à praça’ .
A educação cidadã também compreende preparar as pessoas, desde criança, para resolver problemas que afetam à sociedade. Para isso, é necessário entender como a sociedade e suas instituições funcionam. O processo requer o desenvolvimento das habilidades do século 21 e consciência econômica, social, ambiental, política e cultural. Em síntese a educação cidadã é fundamental para formar cidadãos críticos, curiosos, criativos, empáticos, com mente aberta, ponderados, com bons princípios e engajados na construção de uma sociedade digna. É prioridade.