Liderar significa mobilizar as pessoas para propósitos e ajudar o time a criar e alcançar metas, de forma colaborativa. O líder tem como função crucial criar objetivos significativos. Liderança é um processo com três componentes: líder, seguidores e contexto. Um indivíduo não pode liderar se não tiver poder, que é a habilidade de afetar o comportamento de outras pessoas para alcançar os resultados que deseja. O líder transformador inspira os seguidores a transcender os interesses pessoais por propósitos mais significativos para o grupo e para a sociedade. Quanto mais global, maior será o impacto das decisões do líder.

Foi com essa visão de transformação global que participei da palestra-debate, realizada na Universidade de Harvard, com Ban Ki-Moon. Ele foi secretário das Organização das Nações Unidas-ONU, por dez anos. Nasceu na Coréia do Sul e tem o grau de Mestre pela Escola de Governo de Harvard. Ele fez carreira no Ministério de Relações Internacionais da Coréia do Sul, durante 37 anos. Ban Ki-Moon também atuou como diplomata em vários países, inclusive na área internacional das Nações Unidas.

Durante a palestra, o ex-secretário da ONU disse ter plena consciência que vivemos num mundo globalizado e que repudia a visão nacionalista. Ele destacou que o líder deve ter visão global e consciência humanitária, social e sobre os problemas que afetam o mundo. Segundo Ban Ki-Moon, um bom sistema de informação é essencial para apoiar a tomada de decisão, mas não substitui a visita aos locais onde acontecem os problemas, ou seja, aos lugares mais vulneráveis.

Liderar ações para o cumprimento das metas do desenvolvimento do milênio é a prioridade do ex-secretário da ONU. De forma simultânea, Ban Ki-Moon disse que precisa ajudar a resolver os graves problemas que surgem no mundo, de doenças a conflitos religiosos e políticos. Ainda ao longo da palestra, o líder destacou que a pergunta que deve fazer parte da rotina diária de todos nós é: “Como posso contribuir para melhorar o mundo?” A resposta de cada um norteia as ações.
Ao atuar como secretário da ONU, Ban Ki-Moon dedicou especial atenção à saúde das mulheres e crianças e priorizou as campanhas para eliminar a violência contra as mulheres e de prevenção à transmissão de HIV/AIDS de mãe para o filho. O líder destacou também o trabalho para tornar a ONU mais transparente, eficiente e efetiva. Partiu de Ban Ki-Moon a sugestão da assinatura do Acordo de Paris sobre a mudança climática.

Ban Ki-Moon concluiu o debate com o destaque sobre a importância da formação de líderes globais. “Os líderes globais precisam compreender o mundo globalizado e interdependente, principalmente na perspectiva sociopolítica, econômica e ambiental; respeitar as diversidades religiosa e política; e liderar ações para criar um mundo melhor, estimulando as pessoas a aprender mutuamente.

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