A universidade de Harvard, situada em Boston/Cambridge, foi fundada em 1636. Nela, já estudaram 48 ganhadores do Prêmio Nobel e 32 presidentes de países. A mega infraestrutura da instituição compreende várias escolas, interdependentes e todas posicionadas entre as melhores do mundo. A universidade tem 2.400 professores, 6.700 alunos de graduação e 15.250 de pós-graduação. Além das escolas, Harvard abarca vários centros de pesquisa e 42 grandes bibliotecas, tendo a maior biblioteca acadêmica do mundo, com 20,4 milhões de livros, entre outros recursos multimídia.

Há também 14 museus de Artes, Ciências, História, Arqueologia e Geologia que recebem 650 mil visitantes anualmente. Os alunos podem participar de 450 clubes de interesses diversos e 42 equipes de várias modalidades esportivas. O ambiente para o estudo na universidade é extraordinário, e o campus, inspirador. Há lounges confortáveis, salas para grupos de estudo, vários refeitórios, centro esportivo com fitness club, piscina, estádio e outras facilidades para a prática de esportes.

A infraestrutura, os laboratórios e as tecnologias disponíveis para os professores, pesquisadores e staff funcionam em harmonia para atrair os melhores alunos do mundo, e potencializá-los para fazer uma grande diferença num mercado cada vez mais globalizado e competitivo.Todos os professores publicam artigos com regularidade, e há um bom número de autores de livros globais. Eles são conferencistas em vários países e mantêm-se antenados com os processos de globalização e as melhores práticas e técnicas do mundo.

Os alunos dispõem do centro de orientação para a carreira, onde estão cadastradas inúmeras empresas, com consultores que os preparam para serem bem sucedidos no processo de admissão daquelas instituições que almejarem. Para esse propósito, são promovidos ‘job fairs’ nacionais e internacionais. Um evento exemplar é realizado pela Comunidade Europeia. Durante dois dias, grandes empresas se apresentam aos alunos, com o intuito de selecioná-los. O mesmo modelo de evento é promovido também por organizações sem fins de lucro, nacionais e internacionais.

Há uma dinâmica Alumni Association, com cerca de 371 mil ex-alunos, dos quais 59 mil são nativos de outros países. O grupo é formado por empresários, executivos, consultores e outros profissionais. Eles são convidados para interagir com os alunos, nas aulas e em conferências. Nos eventos realizados no campus da universidade, são comuns e frequentes as participações de empresários, prêmios Nobel, presidentes de países e organizações internacionais, a maioria ex-alunos de Harvard.

Existe a cultura de ex-alunos reconhecerem os benefícios que a universidade gerou para eles e fazerem doações milionárias à instituição. No ano passado, por exemplo, Harvard fez uma campanha para arrecadar fundos com o objetivo de construir novos prédios, implantar mais centros de pesquisa e laboratórios. Conseguiu angariar 6,5 bilhões de dólares.

Para o ano acadêmico 2019-2010, 5% dos candidatos foram admitidos na graduação. Desse total, 12,5% são nativos de outros países. Os asiáticos são maioria. O processo de admissão compreende: preenchimento de questionário, teste ACT ou SAT, histórico escolar, relatório da escola e recomendação de dois professores da high school (ensino médio).

Os avaliadores selecionam o alunos com base em quatro pilares: potencial de crescimento; envolvimento em atividades extra-curriculares; caráter e personalidade; e perspectiva de envolvimento e colaboração na comunidade Harvard. A universidade é privada, mas 70% desses alunos estudam com alguma ajuda financeira. Candidatos que preencham os requisitos e as famílias que tenham renda inferior a U$ 65 mil anual (cerca de R$ 260 mil) não pagam a anuidade.

Faz parte desse conjunto universitário a Escola de Negócios (Harvard Business School-HBS), que é a melhor do mundo. A HBS está situada num campus exclusivo, formado por 35 prédios, inclusive, com alguns residenciais para alunos e as respectivas famílias. Em 2015, 9.543 alunos se candidataram ao MBA da HBS, mas apenas 12% foram admitidos. 792 alunos tentaram uma vaga no Doutorado e somente 4% conseguiram passar no filtro. Há, ainda, no campus da escola, o Centro de Educação Executiva.

Este ano, cerca de dez mil alunos, de 131 países, fizeram cursos nesse centro. Entre eles, estão muitos empresários que também encaminham os filhos. A família tem a consciência que o jovem precisa do melhor preparo educacional para progredir na empresa e fazer o negócio crescer, de modo sustentável. Para desenvolver seus potenciais de forma plena, os alunos dispõem de um ecossistema extraordinário. Os professores são conectados com o mundo das empresas públicas, privadas e do terceiro setor. Alguns docentes criam os institutos de pesquisa, que ocupam salas ou prédios exclusivos para desenvolver seus estudos.

Na HBS, há também um centro que apoia o desenvolvimento de empreendedores, com laboratórios e recursos adequados. Para estimular o empreendedorismo, inclusive social, a universidade cria desafios com premiações para equipes multidisciplinares, formadas por alunos de várias escolas. O currículo da HBS é baseado em discussão de casos reais desenvolvidos pela equipe da Universidade de Harvard. O professor/facilitador incentiva a colaboração dos alunos sobre os detalhes do caso, as situações omissas, o pensamento crítico e a visão sistêmica. Os alunos estudam o caso antes da aula e já o levam, portanto, com as observações e dúvidas. A universidade tem mais de 30 mil casos que são usados por instituições afins, em todo o mundo.

Outro centro exemplar da universidade é a escola de governo John Kennedy, líder global em educação pública. A escola tem a missão de aperfeiçoar políticas públicas e formar lideranças para organizações governamentais e do terceiro setor. Possui cerca de mil alunos matriculados nos programas de Mestrado e Doutorado; 15 centros especializados; e 60 programas que compreendem pesquisas sobre casos nacionais e internacionais. Na educação executiva, a cada ano, participam quatro mil profissionais de 150 países.

Assim como Harvard, há outros centros universitários exemplares nos países desenvolvidos. Uma pesquisa recente da Times Higher Education indica que nos EUA há 15 das 20 melhores universidades mundo. As outras cinco estão no Reino Unido e na Suíça. Clamo aos políticos e/ou empresários que ousem implantar universidades com esse padrão. Assim, prestarão um grande serviço ao país e ao mundo. Enquanto isso não ocorre, vamos preparar os nossos jovens, profissionais e executivos para vivenciarem Harvard e outras top universities.

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